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Curriculo


Sou contra todo o tipo de crime. Por isso tenho denunciado o trabalho dos sistemas penitenciários. Constituem-se numa forma institucional de legitimar os crimes daqueles suficientemente defendidos do ponto de vista político, dentro e fora de muros, e apresentam como criminosos inatos, na verdade bodes expiatórios, as pessoas mais isoladas socialmente – dentro e fora das prisões.

O problema maior do actual sistema penal não é a tortura, ocorra ela aqui e ali ou de forma sistémica. O problema maior é a mentira institucionalizada (sobre o que se passa nas prisões – e fora delas –, sobre a vida e o carácter das pessoas) como forma de distinção social e administrativa entre cidadãos teórica e doutrinariamente iguais, na prática judicialmente discriminados em reforço das respectivas debilidades socioeconómicas. 


 

Enquanto estudante estudei engenharia, informática e sociologia, tendo concluído a licenciatura nesta última disciplina em 1984 e iniciado a carreira académica de sociólogo.

Profissionalmente trabalhei como programador informático entre 1981 e 1986. Trabalhei como docente de informática do ISCTE, entre 1985 e 1993, para leccionar a cadeira de Informática para Ciências Sociais. Trabalhei no Instituto Nacional de Estatística entre 1991 e 1997, nos recenseamentos e no gabinete de demografia. Sou professor no Departamento de Sociologia do ISCTE desde 1996. Entre os anos 1997 e 2002 acumulei funções docentes na Universidade Lusófona.

No campo da investigação dediquei-me principalmente a dois temas: sociedade da informação e sociologia das prisões. Entre 1985 e 1996 desenvolvi estudos sobre os computadores nas profissões e nas escolas. A partir de 1997, na sequência da actividade cívica desenvolvida a propósito da situação das prisões portuguesas, abandonei os temas anteriores e passei a dedicar-me a estudar temas prisionais e o modo das teorias sociais os tratarem.

Em termos conceptuais, tenho trabalhado principalmente temas como os movimentos sociais, na sua aplicação movimento informático, e, actualmente, naturezas sociais e mais especificamente estados-de-espírito. Trata-se de compreender a instabilidade pessoal e social própria da vida em contraponto à noção de conflito social como ruptura ocasional e esporádica da estruturação social (Sociologia da Instabilidade). Trate-se de evitar a contraposição radical entre violência intrínseca à natureza humana e normalidade ou modernidade exterior à violência. Inspiro-me em tradições reflexivas e epistemológicas próprias dos clássicos da sociologia, secundarizadas pela nossa ciência, como as que gravitam à volta de noções clássicas como o espírito do capitalismo, a consciência colectiva, a consciência de classe, o espírito moderno (kultur no sentido germânico referido em Elias do Processo Civilizacional), o espírito da instituição (cultura empresarial), o espírito nacional, o espírito de disciplina.

Tratei em livro o espírito de proibir, o espírito de submissão e a sociologia da instabilidade, respectivamente um ensaio, uma monografia (realizada com o apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia através do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE) e uma apresentação didáctica do conceito de estados-de-espírito no quadro mais geral da sociologia (o segundo está publicado em português, pela Fundação Caloust Gulbenkian, e em castelhano, pela Anthropos de Barcelona). Organizei e participei em dois livros com base em organização de conferências internacionais (Prisões na Europa de 2003 e Ciências de Emergência de 2008). Na base de tudo está o trabalho que desenvolvo desde 1997 na Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED) sobre o que administrei a produção de três websites (o primeiro, o actual e o dedicado a temas jurídicos); e escrevi o que hoje em dia se chamaria um e-livro Vozes Contra o Silêncio, em parceria com António Manuel de Alte Pinho, cujo download pode ser feito do lado esquerdo da página da ACED.

Actualmente invisto em testar as potencialidades desta conceptualização através de

a) pesquisas empíricas (parceiro português de projectos europeus sobre custos/benefícios das penas e sobre processos de criminalização; aplicação de questionário sobre naturezas sociais);

b) um mestrado multidisciplinar em Ciências de Emergência preparado em 2009, como desenvolvimento do trabalho realizado nos mestrados Risco, Trauma e Sociedade e Instituições e Justiça Social, Gestão e Desenvolvimento. Um registo do trabalho entretanto produzido está feito em livro organizado por mim com o nome de Ciência de Emergência;

c) constituir uma rede de investigadores cultores de diversas disciplinas, de ciências sociais e de outras disciplinas científicas, nomeadamente direito, arquitectura e medicina, de modo a enriquecer e dar consistência teórica e prática ao meu programa de investigações; 

d) internacionalizar as colaborações para o desenvolvimento do programa de pesquisa e formação, contando de há 3 anos a esta parte com a colaboração de investigadores do departamento de direito da Universidade da Corunha, que participam nos mestrados.

Mais informações AQUI